quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #6 - 28/11


O café da manhã foi meia boca, mas deu pro gasto. Não dava pra esperar mais deste hotel. 
Fomos ao centro de Holguin e a galera resolveu entrar no museu da música. Preferi caminhar pelas ruas e fazer fotos. Fiz umas 100 em meia hora. Certeza que me diverti mais. Ainda mais qdo um cara chegou pra mim e perguntou:
- do you speak english?
Fiz que não com a cabeça. 
- español?
Continuei acenando.
- francês?
- deutsch? 
E como eu só acenava que não, ele se foi. Pronto, descobri como me livrar dos chatos. E o melhor, sem mentir, pq na vdd falo português, certo? :)
Subimos o morro até a Loma de La Cruz e foi na hora de ir embora que conheci la abuelita Dalia. 

"- Aqui, um regalito de abuelita - disse a vovozinha colocando um colar artesanal no meu pescoço. 
- Mas não tenho dinheiro - e realmente não tinha, estava na mochila e eu só tinha descido para fazer fotos
- Não faz mal. Eu não sei falar inglês mas vou te contar, estou aqui com meu chinelo estragado - enqto mostrava a tira da sandália de dedos presa com um prego - mas não me importa. O que importa é meu neto, que tem 12 anos e não tem nada para vestir ou calçar. E minha outra neta que morreu esta semana - falava e enxugava as lágrimas - estou muito triste, mas não me preocupo comigo e sim com meus netos. 
Meu coração de melão se derreteu. Ninguém, nesta idade, em lugar algum do mundo deveria passar por isto. 
- Um minuto
Fui até a mochila, peguei 5 cucs e trouxe para ela. 
- Dios te bendiga, abuelita! - e entreguei o dinheiro
- Igualmente! - Ela chorou mais. Agradeceu muito. 
Pedi para tirarmos esta foto. 

Me abraçaram. Ela e seu charuto. E pediu que o dia em que voltar aqui, não me esqueça do neto dela, ele precisa de roupas. 
Vim embora com o coração apertado enquanto ela comprava uma lata de cerveja. Sou tonta mesmo. E daí? 
É vida que segue. "

Depois disso, estrada. Uma estrada tão ruim que deixaria a Belém-Brasília com inveja. Demoramos horas e horas para chegar no hotel em Santa Lucia. 
Um chacoalho só. 
Chegando no hotel, meu quarto ficava no andar de cima, sem elevador e eu tive que subir minha malinha pra descobrir que era um quarto de fumante. 
Desci, com tudo, voltei na recepção que fica há uns 3785 kms do quarto e  pedi outro quarto. Desta vez o Jorge me ajudou com a mala. Um quarto sem cheiro. Ufa! 
Jantar com uma pizza feita especialmente pra mim com MUITO queijo. Nham! Diliça!
Depois tinha um show típico no hotel. Mas estava ventando muito, estava cansada e fui dormir. 

Dia mais ou menos.

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