segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Nós não temos tesouras

Helloooooo!

Continuando: no sábado os meninos vieram nos buscar, mas eu fui picada pelo tsé-tsé e fiquei no hotel dormindo enquanto a Flávia foi com eles.
No sábado à noite, fomos no Boteco das Onze, que é um restaurante/bar/balada que fica na Casa das Onze Janelas (procurem no google o que é, muita coisa pra explicar).
Para tanto, pegamos um taxi, um palio, aqui na porta do hotel. O motorista estranhíssimo, não respondia quando falávamos com ele, fechava vários carros e corria muito pra uma noite de chuva.
Já na porta, uma fila de espera e muita gente querendo bater no 'porteiro' que era um grosso mal-educado e não fazia questão de ser gentil com ninguém.
Por um momento fiquei feliz por ter levado a câmera, afinal, a qq momento eu poderia registrar o porteiro apanhando da mulherada de salto.
Finalmente, depois de alguns bons minutos de espera, entramos no bar. Lá dentro, pedimos algumas coisinhas, enquanto eu tentava sentar confortavelmente numa cadeira que tinha o assento quase na altura da mesa. Ou seja, era impossível encaixar minha perna super fina ali.
Resolvemos fazer uma foto dos nossos meninos, Goofy e Flik. Para isso, levamos os dois perto da choppeira da Brahma, no balcão do bar, e ficamos posicionando, medindo luz, enquadrando os dois, até percebermos que uma fila nada pequena de garçons se formava atrás de nós, querendo nos matar, provavelmente tentando entender o quê exatamente estávamos fazendo com aqueles bonecos e câmeras ali.
Voltamos à mesa, pedimos a conta, enquanto Flávia se chacoalhava ao som de carimbó e viermos para o hotel.
No domingo pela manhã, fomos a uma escola aqui do lado do hotel para justificar nossos votos.
Durante a semana, a mãe da Flávia, entrou na internet, no site do Tribunal Regional Eleitoral e baixou o formulário de justificativa para que já levássemos tudo preenchido no domingo. Assim fizemos.
O supervisor da zona eleitoral conferiu nossos papéis e nos indicou a sala onde deveríamos ir. Ficamos na fila. Retiramos uma senha, para então entrar na fila interna da sala. Ou seja, era a fila da fila. Sentadas dentro da sala, aguardávamos umas 10 pessoas que estavam na nossa frente também para justificar e votar.
Um cidadão foi votar e eis que: PIIIII - PIIIII - PIIIII!
A máquina disparou aquele som da confirmação do voto. E não parava nuuuuuunca mais. Um barulho quase nada irritante, que nos prendeu por mais uns 15 minutos naquela sala quase nada abafada.
Resolvi verificar se alguma outra sala teria uma fila menor e uma urna que funcionava (descobrimos através de um dos mesários da sala bichada que mesmo para justificar precisaríamos da urna eletrônica). Encontrei uma sala sem fila, e coloquei a cabeça lá dentro para certificar-me de que não havia a tal da fila interna, e um senhorzinho, veio em minha direção, quase me beijando e disse: a senhor precisa de um informativo? (acho que ele queria saber se eu precisava de informações)
Trouxe a Flávia e ficamos na fila iniciada por mim, para justificar naquela sala.
Uma moça chegou dois segundos depois de nós, mas colo ela gostou muito, mas muito mesmo de mim, ela ficou COLADA atrás de mim e obrigou a Flávia a ser a terceira na fila. INCRÍVEL! Ela estava literalmente me encoxando. Eu nunca imaginei que seria encoxada por uma mulher. Mas enfim, como era por pouco tempo e eu queria sair logo dali, desencanei.
Mais tarde eu soube que uma senhorinha atrás da Flávia fez a mesma coisa com ela. E ainda se sentiu ofendida quando a Flávia reclamou pedindo que ela se afastasse.
Corpo a corpo é um costume de boas vindas dos cidadãos daquele quarteirão.
Como é que alguém poderia reclamar de um ato tão caloroso?
É. Nós somos irresistíveis e insensíveis.
Entrei na sala e já entreguei meu papel impresso em uma folha A4 para a mesária que me disse:
- Tem que ser no nosso formulário.
- Pq? Eu peguei este no site do TRE.
- Sim, ele é válido, mas ele não tem picote, e eu não tenho tesoura.
Ok, o sangue subiu, mas eu precisava sair dali, então, fui preencher.
Ao terminar de preencher, uma maluca, que brotou do chão da sala, encostou em mim (povo grudento) e disse: esta caneta é daqui ou sua? - ao mesmo tempo que tirava delicadamente a caneta da minha mão.
- É minha.
- Ah, então me empresta?
- Já tá na sua mão, né.
Fui até a mesária não portadora de tesouras e entreguei o papel com a CNH, que de acordo com o TRE tb serve como documento para votar. E ela:
- Ah, mas e seu título?
Resolvi não discutir. Entreguei o título e falei bem alto pra Flávia que estava no fundo da sala preenchendo novamente a justificativa:
- Vc não trouxe seu título né? Então se prepare.
AO que ela respondeu no mesmo tom:
- Eu quero o número desta seção AGORA! Eu vou fazer uma reclamação formal no TRE pq eles têm que aceitar outro documento com foto.
Resultado: ela justificou e não precisou mostrar documento algum.
Incrível como não há limites para pessoas imbecis em zonas eleitorais.
Mudando de assunto, preciso escrever o manual de como utilizar o banheiro aqui do nosso quarto. Mas hoje estou com pouco tempo e o post já está imenso.
Bem, quem já se hospedou no Formule 1 sabe BEM do que eu estou falando.
Talvez, amanhã à noite eu publique o manual.
Depois da justificativa, os meninos vieram nos buscar e fomos até a ilha do Cumbu, na baía do Guajará.
Para chegar lá, precisamos pegar uma embarcação chamada pô-pô-pô. O nome vem do barulho que o motor destas pequenas embarcações faz. Divertidíssimo e altamente fotografável. Almoçamos e passamos a tarde num restaurante de palafitas, em cima d'água, obviamente, e depois fomos com um outro pô-pô-pô passar por dentro da selva e conhecer as comunidades ribeirinhas. Fantástico!
Antes disto, logo após o almoço, caiu um pé d'água e eu tomei um banho de chuva. Lavagem da alma, sabe? Não consigo me lembrar da última vez que tomei um banho de chuva, mas sei que ontem era como se a chuva estivesse me chamando. Revitalizante e ao mesmo tempo refrescante. Cabelo POF total, mas eu não estava preocupada, pq o que importava era lavar o rosto, a alma e respirar.
Momento ao som de *violinos*.
Voltamos ao hotel, banho e depois fomos assistir/fotografar o Festival Internacional de Dança de Belém. Quem nos levou? O mesmo taxista do palio. Ele estava até conversando um pouco esta noite. Coisas desconexas, mas conversando.
Quanto ao festival, não, eles não dançam no estilo Calipso. Era jazz, balé, flamenco, e outras coisinhas mais. Super bonito, divertido, fotografável e o Theatro da Paz, onde aconteceu o evento, é simplesmente FANTÁSTICO!
De lá, fomos levadas para comer. E qual não foi a minha surpresa quando descobri que alguns supermercados aqui são 24 horas e contam com uma praça de alimentação DENTRO deles. Do lado da peixaria ou da padaria do supermercado tem uma pizzaria, um sushibar e outros locais para comer. Coisa bem doida. Mais que isso só a pizza por quilo que comemos!
Bem, hoje compramos passagens para o Ferry Boat que nos levará amanhã à Ilha do Marajó. Estou ansiosíssima!
Esta ilha é um dos locais que eu quero muito muito muito conhecer! E eu vou! AMANHÃ!
Vamos ter que madrugar, então hoje é dia de dormir cedo.
Passeamos por alguns lugares interessantes hoje, mas eu não lembro os nomes. Na verdade nada exatamente típico.
Comprei alguns presentinhos, mas ainda faltam outros mais.
O Takeda vai AMAR o presentinho dele. Comprei uma cobra! Ui!
Depois fomos a um cemitério histórico. É o segundo cemitério de Belém e conta com ilustres milagreiros e escravos enterrados. História pura e zilhões de ferrugens, abandonos, velharias e emoções. Fotografei quase tudo e poderia passar mais umas 28 horas por lá. Cada coisa linda.
Viemos agora pro hotel. Hoje nosso cicerone foi o Dudu. Ele acabou de nos deixar aqui. Vamos pro banho e depois ao shopping para jantar.
Noite curta pq amanhã será corrido e legal!
Todo mundo aconselhou que dormíssemos na ilha, mas nós somos teimosas e vamos voltar no mesmo dia! RÁ!
Zilhões de histórias pra contar.

Beijoooooooooooo!

sábado, 4 de outubro de 2008

Belém Belém

E o tempo voou, e outubro chegou muito rápido. Ao contrário do nosso vôo, em que três horas e meia que pareceram 23.
O vôo foi bem apertado e com interrupções infinitas do senhorzinho que sentou na primeira poltrona do avião. A cada 5 minutos ele apertava o botão pra chamar a comissária. Eu estava quase indo lá dar um lexotan pra ver se ele sossegava.
Dormir era impossível. Não bastasse o aperto das poltronas, as pessoas ao nosso redor roncavam muito, uma sinfonia sem fim.
Chegamos finalmente.
Fomos SUPER bem recepcionadas pelo Thiago e pelo Luiz que estavam nos esperando no aero com suas câmeras nas mãos!
Eles são simplesmente uns amores. Super macios e cuidadosos. Carregaram nossas malas e estão cuidando da gente o tempo todo.
Bem, ao sair do desembarque o primeiro impacto: um bafo quente e sufocantemente úmido.
E os meninos disseram: Ah, agora tá fresquinho.
- Como assim fresquinho?
- Ah, deve estar uns 27 graus.
- E isso é fresquinho pra meia noite e meia?????
- Sim, durante o dia chegamos aos 40 graus.

Ok, eu não devia ter perguntado!

Eles nos trouxeram ao hotel, fizemos o check-in que demorou uns 40 minutos, subimos, deitamos. Jã eram 2:30 e eles viriam nos buscar às 5:00.
Dormir pra quê?
Cochilamos atá a hora marcada.
Eles nos buscaram e fomos ao famosíssimo mercado Ver-o-Peso.
Ao chegar encontramos o Rafael, o Bruno Miranda e o Gabriel. E eis que escuto um: NÃO ACREDITO!!!!!!
Eu também não acreditei!
Um cara que tinha loja em frente ao meu trabalho, que eu sempre encontro em locais e situações inusitadas. Quais as chances de eu encontrá-lo aqui?
Conversamos um pouco e seguimos para o mercado.
Primeiro o mercado do Açaí. Simplesmente incrível. Altamente fotografável e com um povo super simpático. As pessoas se alegram ao ver que chegamos com a câmera e fazem pose, sorriem, perguntam pra qual jornal é.
Adorei todos. Gente muito simples, trabalhando muito (num trabalho duríssimo) e muito feliz.
Em seguida, o mercado de peixe. Nesta parte da visita percebe-se a origem da expressão "mercado de peixe" para ambientes de zona total. E é isso. Muita gente falando alto ao mesmo tempo, zilhões de carregadores te atropelando com suas caixas de peixes, vendedores que cortam o peixe na hora e jogam em sacolas de feiras dos compradores, muita água fedorenta no chão (e é claro que molhamos os pés nela), tudo isso sem contar o cheiro.
Depois o ver-o-peso de verdade, as frutas, as castanhas (comprei um kilo! YAY!), os legumes, o artesanato.
Tudo lindo, um visual incrível, mas não vamos falar em higiene, ok?
Então, por volta das 9:30, os meninos resolvem que precisamos tomar café da manhã. Concordamos, afinal, estávamos sem comer desde a sexta à noite.
E então eles nos levaram pro que chamam de "batizado": açaí na tigela com farofa e peixe frito.
Ok, eu nem queria ser batizada mesmo.
Tudo que eu precisava pra me satisfazer era um pão com manteiga na chapa.
Voltando ao carro, paramos pra um delicioso sorvete de tapioca. Tomei também um de cupuaçu com chocolate e baunilha. A única fruta típica que eu como por enquanto, já que eu não curti as outras que nos foram apresentadas.
Bem, depois do sorvete viemos pro hotel, precisamos dormir antes do passeio da tarde.
Chegando aqui, um parto pra pedir almoço. E isso que só queríamos umas esfihas do Habibs. Mas em Belém, quando se informa um endereço, pelo menos pro Habibs, vc tem que informar o perímetro, ou seja, quais as ruas que circundam a rua que vc está!
Incrível!
Bem, por enquanto é só, vou dormir agora já que os meninos virão nos buscar às 16.
Já com saudades... ai ai

BeijoTchau!