terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #12 - 04/12


A maior prova de que Cuba parou no tempo é que hoje joguei Candy Crush - offline. 
Desayuno
Playa
Caminhada
Água
Espreguiçadeira
Almoço
Despedida dos queridos Lilian e Manolo
Ai fui procurar a toalha de Cuba - Autêntica que eu tanto queria. 
A moça de uma das tiendas me disse que só encontraria no centro de Varadero. Lá fui eu pegar um táxi. 
O cara me cobrou 7 cucs pra ir. 
Como eu não sei a distância, topei. 
Ele tem uma bandeira do Brasil no painel do carro. Mas tipo, de ponta a ponta. Não que o Fiat 147 fosse muito grande, enfim. 
Aí começou a falar que adora o Brasil, o Popó, que o melhor futebol do mundo é do Brasil e as frutas e as praias. 
Aham
Aham
Aham
Eu só esperando a metralhadora virar pra mim. 
E as chicas tb são as mais lindas. 
Aham. 
- está sozinha?
- não, com amigos
- tem namorado?
- sim
- ahhhh deve ser um homem afortunado
- aham
- desculpe ficar falando tanto e perguntando, é que eu gosto tanto do Brasil e é difícil pegar passageiro brasileiro que fale bem espanhol
- mas eu não falo
- fala sim
- aham
Nem tem problema falar, mas cubano tem uma mania irritante de botar a mão em vc enqto fala. Eles PRECISAM encostar. Humpf. 
Bom, chegamos ao local. Ele até desceu do carro pra abrir a porta pra mim. Miss Laje arrasando, né?!
Entreguei uma nota de 20, e ele dizendo que não tinha troco. 
Ok, eu tenho 6 trocado. 
Ficou por 6. E ele muito mau humorado hahahaha
Comprei minha toalha linda. 
Fui num mercado. Gente! Não sei pra quem vendem. Tudo tão caro!
Uma caixa de cereais 9,45 cucs!!!!!! Tipo, 30 reais!
Pra voltar, peguei um cocotaxi! Adoro!
Paguei 5 cucs e ainda vim tomando um ar. Até fiz um micro video. 


Já arrumei a mala pra amanhã. Virão me buscar às 9h50. Tenho que estar no aero de Havana às 12:57. 
Daqui hasta Havana são 2h30 nas maravilhosas - #sqn - estradas cubanas. 
Agora estou assistindo um grupo musical aqui no bar.
Depois jantar e show.
Hoje o show é um concurso de dança. 

Vai ser no mínimo divertido. Ainda mais se o bailarino lindo estiver lá. <3 p="">

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #11 - 03/11


Acordei 9h30.
Tomei café da manhã. 
Fui para a praia. 
Linda! 
Aquela água colorida linda!
Catei conchinhas!
Sol. 
Espreguiçadeira.
Água.
Almoço. 
Praia. 
Sol. 
Espreguiçadeira. 
Sono. 
Jantar.
Show com um dançarino LINDO de viver!
Bate papo super legal com q Lilian e o Manolo. Argentinos gente boa demais. 

Tá difícil viver aqui, viu?! :)

sábado, 13 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #10 - 02/11


Um dia de encrencas. Os cubanos resolveram quebrar o pau. Rebeca e Héctor deram um show. Aí tive que falar que estou nas minhas vacaciones e não na revolución. 
Que saco!
Antes disto todos cantaram, cada um tinha que cantar uma música do seu país. 
Os argentinos cantaram um tango lindo, a espanhola cantou sei-lá-o-quê, Rebeca cantou Guantanamera e eu cantei: Brasiiiiiiil, meu Brasil brasileirooooooo, meu mulato inzoneiro, vou cantar-te nos meus versos... 
Hahahaha foi bem legal :)
Visitei o mausoléu do Che! Coisa mais linda ever. E tem um museu da vida dele, desde que era um bebê até antes de morrer. Era "o" cara! Tem a cópia do discurso que Fidel fez qdo o corpo de Che chegou em Cuba (30 anos depois da sua morte). É de chorar. Muito!
Visitei uma aldeia Taína. Totalmente dispensável. Depois um criadouro de crocodilos. Esse sim, vale à pena. Um bicho mais lindo que o outro! 
Cheguei em Varadero. 

E-x-a-u-s-t-a-!

Cuba - Dia #9 - 01/12


Hoje tem PERU no jantar! Gente! 
Estou quase virando estrelinha no restaurante. 
Depois de 9 dias comendo arroz com frango, às vezes um pedacinho de carne de vaca ou um ovo frito, encontrar um peru suculento é uma alegria sem fim! 
Passei o dia em Trinidad. E tenho uma declaração muito séria a fazer: uma semana em Trinidad seria pouco! A cidadezinha é fantástica!
Em um dia andei tudo, comprei umas coisinhas bem fofas e me apaixonei. 
Devia ter me programado para ficar mais tempo em Trinidad. 
Já estou em Cienfuegos. E hoje tem PERU no jantar!
Trinidad é patrimônio da humanidade, declarado pela Unesco em mil novecentos e alguma coisa. As ruas são de pedra, com cantores, pintores, músicos, artesãos a cada 2 passos. 
Me encantei com uma pintura. Era linda. Apaixonante. Mas cara. E disse o cara que tava fazendo desconto pq eu sou do Brasil pentacampeão. Aham. 
Ficou lá. Mas vou até procurar a artista quando voltar à civilização. 
No almoço de hoje achei um restaurante com "carne de res" - aka carne de vaca - ( o que é relativamente difícil de se achar em Cuba) e estava deliciosa. Até que descobri que parte da vaca era. Era a pata. O que me fez lembrar que carne de vaca não dá em árvore e eu não repeti o prato. 
Brincadeiras à parte, nunca imaginei que se comia a pata da vaca. 
À propósito, falando em carne, já comentei que hoje tem peru no jantar? 
Estou sozinha jantando e escrevendo. Hj estava precisando ficar um pouco comigo mesma. 
As sobremesas aqui são todas muito enfeitadas, com marshmallow. Sempre marshmallow. Os bolos são sempre a mesma massa. Só muda o recheio. E tem uns biscoitinhos que são durinhos e gostosos. Mas não me parecem sobremesa, parecem aqueles de chá. 
Enfim, sempre tem sorvete e isso salva tudo. 
Outra coisa comum a todos os restaurantes são as moscas. Elas decoram todas as sobremesas. Já aprendi a desencanar. 
Uma coisa que falta em Cuba é papel higiênico. (Não que falte só isso, mas isso falta muito e incomoda demais) Vc só encontra no hotel e em restaurantes muito caros. Então, não se esqueça dos lenços umedecidos ou um rolo de papel higiênico na bolsa. É bom trazer tb umas caixinhas de papel cobre-assento, pq o estado dos banheiros é no padrão Cuba. 
Amanhã visitarei o mausoléu do Che, aquele lindo! 
Já comprei várias coisinhas dele. Até cogitei comprar o livro de memórias. 
Além do peru, tem sorvete de nozes de sobremesa. Uma delícia! E a melhor parte é que as moscas não entram na geladeira. Tem uma fábrica da Nestlé aqui em Cuba. Então o que não faltam são os freezers da Nestlé com o slogan ¡Ven Gózalos!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #8 - 30/11

Dia chato. Tão chato que quase não lembro. 
Saímos de Santa Lucia para chegar a Trinidad. No meio do caminho paramos para almoçar e o restaurante estava com problema com gás e com apenas um cozinheiro: pq não fecha essa bodega então? 
É, eu estava irritada. 
No caminho mais discussões políticas. Uma das argentinas quis discutir com o espanhol o motivo pelo qual - na visão super importante e relevante DELA -  eles não deveriam ter rei. Sério! Sério! Isso é férias ou intensivão pro vestibular? 
Andei numa bike-taxi. Hahaha coitado do moço. Teve que suar a camisa, literalmente. Mas olha, tirando os dentes de ouro, e não é força de expressão, o moço era bem interessante, fisicamente falando. Tb, carregando a galera de bike o dia todo, só podia. 
Conheci a galeria de uma artista cubana que tem um trabalho lindo! 


Martha Jiménez - Google it! 

Fui num antigo engenho, muito estilo Escrava Isaura. E todo mundo aqui falando dela, e de todas as outras novelas brasileiras. A galera ODEIA a Carminha. Hahaha é engraçado. Agora está passando Paraíso Tropical. E eles querem que eu conte o final. Ninguém acredita quando eu digo que não sei pq não assisto novela. 
E neste exato momento está passando na TV um site de encontros para fazendeiros hahahaha farmersonly.com. 
Nos hotéis tem TV por assinatura. E os canais são do México, na maioria. É engraçado assistir TNT dublado em espanhol, ou ver comerciais da Target e Walmart em Cuba. 
Hoje fiquei batendo papo com o motorista de ônibus. Ele contou que toda a família mora em Miami. Que ele já foi pra lá, comprou um Lincoln lindo. Morou lá um ano. Mas que pela idade ele não arrumou emprego. Então resolveu voltar. Aqui ele tem uma esposa e um filho de 21 anos que está no terceiro ano da faculdade de eletrônica (ou algo parecido). Confirmou o que já tinha ouvido, que para quem trabalha com turismo a vida é um pouco mais fácil e por isso ele voltou. 
Enfim, cada pessoa, um mundo. Adoro falar com eles. Desde que não me encham pra comprar hahaha
Ai que saudade de um monte de gente querida, que mesmo longe eu consigo manter perto nem que seja pelo whatsapp... Aqui, internet só numa salinha com um Pentium. Vc paga 10 dólares, digita goog, e acabou o tempo. 
Ahora, aqui no hotel está rolando um freak show. O cara chama os gringos no palco pra cantar Guantanamera. 
Começa que eles nem sabem pronunciar a palavra. Aí, a cada rodada uma dificuldade é adicionada, tipo cantar com água na língua, com água na garganta. Sério! Tá no mínimo assustador hahaha
Comprei minha pareja de negritos. Lindos! Como meu quarto tem pouco enfeite - né, Grace? - comprei mais um. 
Bem, estou em Trinidad, mas como cheguei já de noite, só vou conhecer  amanhã. Todo mundo fala muito bem da cidade e já estou sabendo que tem uma feirinha. *-*
Vamos ver se encontro algo interessante, pq até agora, nada, viu! Uns artesanatos feios e nada especificamente de Cuba. São peças que poderiam ter sido feitas/compradas em qq outro lugar. 
Estou à caça de uma moeda nacional que tem o Che. Amanhã vou ver se consigo. Tem a nota tb. É bem bonita. 

Enfim... Chega de freak show. Vou pra cama. :)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #7 - 29/11


Hoje era dia de desfrutar o resort em Santa Lucia. Praia, piscina, bicicleta com pneu murcho, sol, passeio de charrete, chuva na praia, água geladíssima, e resolvi fazer uma massagem. 
Céus!!!!
A mulher parecia uma britadeira! 
Me chacoalhou tanto que parecia que eu tinha tomado uns 379 shots de tequila e ela estava chacoalhando meu corpo inteiro proporcionalmente à qtde de tequila ingerida. 
Que loucura! 
No final de uma hora saí de lá com mais dor do que entrei e totalmente untada. Pq ela não somente me chacoalhava mas usava MUITO óleo pra isso. 
Na vdd paguei por 3 litros de óleo e ganhei um ensaio de massagem de brinde. 
Na hora de pagar, ela pergunta:
- Nombre?
- Lara
- hsjdidjebsksi?
- De bici
- Bici?
- Si
- Tu apellido és bici?!
- Ahhhh, no! Jesus, pero estoy de bici
Hahahahahaha 
Ela é massagista e não sabe fazer massagem pq eu, brasileira, em Cuba, tenho que entender tudo que ela diz?
Voltei ao meu hotel, (estava no hotel do lado com o resto da galera espanhola e argentina) empurrando a bicicleta pq o pneu murchou. 
Em 3 quadras, uns 3 cubanos se ofereceram pra me dar carona, consertar a bicicleta, carregar a bicicleta, me carregar no colo com a bicicleta, sem a bicicleta, e mil outras coisas. 
Tomei banho umas 3 vezes e lavei os cabelos mais umas 3 pra tirar todo o óleo que a mulher britadeira espalhou em mim. 
Não sei como não escorreguei na rua. Aliás, melhor que tenha murchado o pneu da bici, pq se eu montasse, certeza que escorregaria dela. 
Ah sim, e as bicicletas aqui não tem freio no guidão. Pra frear tem que pedalar pra trás, e cair umas 6394 vezes até se acostumar com isso. 
Esta noite, jantar especial de frutos do mar.
Imaginem minha cara. 
Pedi um peito de frango com legumes =\
Enqto isso na mesa rola um debate político forte. Os argentinos defendendo Cristina, a espanhola chamando Cristina de ladrona, pq ela “roubou” a Repsol, o espanhol mandando a mulher calar a boca. Vixe!
Coisa demais pra escrever, mas foi tenso. 
Aí pra completar; Rebeca começou a contar que sua mãe era guerrilheira da revolução e entregou a fazenda que tinha para a causa. E que ela própria, já tinha sido militar, tradutora do alto escalão do tio Fidel, pq tinha crescido neste meio. 
Que não se comemorava natal ou ano novo, apenas a revolução. 
Isso, segundo ela, só mudou qdo o Papa visitou Cuba. Disse que hoje "até" comemoram o natal. Mas as crianças sequer fazem ideia de quem é papai noel. 
Aí um dos argentinos resolveu perguntar o que comem na ceia de natal. 
Foi quando ela começou o discurso emocionado dizendo que não comem nada de diferente, comem uma salsicha ou carne de porco, que é o que conseguem comprar, que vegetais e frutas são muito caros, que Cuba é linda para o mundo mas que viver aqui, com uma caderneta de racionamento, uma casa com o teto caindo, sem poder comprar uma roupa ou uma carne não é nada bonito. Disse que está desanimada e não acredita em mais nada no país. Que ainda que tivesse uma mudança com eleições e partidos, ela não se posicionaria mais. Continuou dizendo que não sofre por ela, que ela se mantém com seu trabalho e que não se arrepende de ter apoiado o governo, pq na época ela tinha uma crença muito forte nas promessas e na causa. Hoje, seu filho mal tem o que comer ou como alimentar sua neta. Ela se preocupa com o futuro da neta e da sobrinha de 14 anos, cujo o pai morreu este ano e Rebeca cuida dela como filha. Acha um absurdo não poder sair do país. Na época em que era uma militante podia sair, foi a vários países socialistas e comunistas. Comeu carne pela primeira vez na vida na Argentina. Visitou inúmeros países. Tem muitas histórias para contar, mas sente saudade. Hoje trabalha como guia mas não pode sair do país sequer para ir a qq canto da América Latina. "Não estou pedindo para ir à Europa ou Estados Unidos, só gostaria de conhecer outros países próximos".
A tensão na mesa era possível de ser cortada com uma faca. 
O argentino que fez as perguntas já estava com os olhos cheios de lágrimas. As de Rebeca já escorriam. 
Até que um ser iluminado gritou: começou o show! 
E todos se levantaram: Vamos ao show!
Sem dúvida a viagem mais por dentro da história que já fiz. Não é só Havana que exala história. Todos os cubanos e todos os cantos de Cuba tb. 
Fomos ao show. Miss Laje fez muito sucesso pq havia muitos cubanos lá, mas estou refletindo desde então. 
Não consigo e nem quero julgar. Queria entender. Só. 

E então me lembro de uma das frases mais verdadeiras que já ouvi: "toda história tem 3 lados, o seu, o meu, e a verdade". 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #6 - 28/11


O café da manhã foi meia boca, mas deu pro gasto. Não dava pra esperar mais deste hotel. 
Fomos ao centro de Holguin e a galera resolveu entrar no museu da música. Preferi caminhar pelas ruas e fazer fotos. Fiz umas 100 em meia hora. Certeza que me diverti mais. Ainda mais qdo um cara chegou pra mim e perguntou:
- do you speak english?
Fiz que não com a cabeça. 
- español?
Continuei acenando.
- francês?
- deutsch? 
E como eu só acenava que não, ele se foi. Pronto, descobri como me livrar dos chatos. E o melhor, sem mentir, pq na vdd falo português, certo? :)
Subimos o morro até a Loma de La Cruz e foi na hora de ir embora que conheci la abuelita Dalia. 

"- Aqui, um regalito de abuelita - disse a vovozinha colocando um colar artesanal no meu pescoço. 
- Mas não tenho dinheiro - e realmente não tinha, estava na mochila e eu só tinha descido para fazer fotos
- Não faz mal. Eu não sei falar inglês mas vou te contar, estou aqui com meu chinelo estragado - enqto mostrava a tira da sandália de dedos presa com um prego - mas não me importa. O que importa é meu neto, que tem 12 anos e não tem nada para vestir ou calçar. E minha outra neta que morreu esta semana - falava e enxugava as lágrimas - estou muito triste, mas não me preocupo comigo e sim com meus netos. 
Meu coração de melão se derreteu. Ninguém, nesta idade, em lugar algum do mundo deveria passar por isto. 
- Um minuto
Fui até a mochila, peguei 5 cucs e trouxe para ela. 
- Dios te bendiga, abuelita! - e entreguei o dinheiro
- Igualmente! - Ela chorou mais. Agradeceu muito. 
Pedi para tirarmos esta foto. 

Me abraçaram. Ela e seu charuto. E pediu que o dia em que voltar aqui, não me esqueça do neto dela, ele precisa de roupas. 
Vim embora com o coração apertado enquanto ela comprava uma lata de cerveja. Sou tonta mesmo. E daí? 
É vida que segue. "

Depois disso, estrada. Uma estrada tão ruim que deixaria a Belém-Brasília com inveja. Demoramos horas e horas para chegar no hotel em Santa Lucia. 
Um chacoalho só. 
Chegando no hotel, meu quarto ficava no andar de cima, sem elevador e eu tive que subir minha malinha pra descobrir que era um quarto de fumante. 
Desci, com tudo, voltei na recepção que fica há uns 3785 kms do quarto e  pedi outro quarto. Desta vez o Jorge me ajudou com a mala. Um quarto sem cheiro. Ufa! 
Jantar com uma pizza feita especialmente pra mim com MUITO queijo. Nham! Diliça!
Depois tinha um show típico no hotel. Mas estava ventando muito, estava cansada e fui dormir. 

Dia mais ou menos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #5 - 27/11


Obviamente você já deduziu que eu não consegui internet depois de terminar o post do dia #4, afinal, depois das 22h00 a internet "fecha" no hotel! 
Sim, fecha, mesmo com a moça que vende a senha sentada na sua mesa trabalhando. 
Desencanei. Provavelmente vou postar o dia #1 qdo estiver voltando, no aero de Bogotá. 
Hoje Rebeca nos contou que os profissionais como motorista, guia, recepcionista de hotel e outros assim tem mais oportunidade de ganhar gorjetas e ter uma vida melhor. 
Quem ganha mais é um médico. Ganha 600 moedas nacionais.
O salário mínimo é 150 moedas nacionais.
Casa cuc vale 25 moedas nacionais. 
Um cuc vale 1,29 euro.
Do the math. 
Cada família tem uma caderneta de racionamento de comida. A validade é mensal: 250g de feijão, 250g de frango, e mais uns tantos de açúcar, café, arroz. 
Enquanto isso a história de Cuba corria solta, com muitos questionamentos por parte dos argentinos, principalmente, totalmente inconformados mas ao mesmo tempo preferindo o discurso direto de Fidel às promessas de outros presidentes por aí.
De Santiago a Holguin até que foi rápido, mas resolvemos ir a Cayo Saetin. 
Demora que é uma eternidade. Paramos no caminho para que a espanhola fizesse xixi no mato. Como eu queria saber fazer isso. Estava quase chorando de vontade de fazer xixi. 
Enfim, depois de umas 3 horas, chegamos. Valeu à pena! Lugar lindíssimo! 
A comida nem tanto, mas tinha pizza! E pra mim, assim como para as CPI's da vida, tudo se resolve com pizza. 
Aí vem Rebeca me mandando comer carne de Búfalo pq pizza engorda. MEO! Sério! Tô de férias. "Mim deixa"!
Pizza engorda mas os 3 pratos cheios que ela comeu, não. Tsc. 
A praia é paradisíaca. Mas como eu ainda vou visitar outras praias, preferi usar o tempo fazendo um safári, num Jeep do tio Fidel. 
Cara, bem legal! Eles trouxeram uns animais da África e da Índia pra cá. Tem antílopes, cervos, girafa, uns pássaros que esqueci o nome, avestruz - que aproveitando, a Paloma - a espanhola que tirou o biquíni na piscina e que fez xixi na estrada - resolveu montar na avestruz que estava deitadinha, só pra tirar uma foto. Mas foi ela sentar e segurar o pescoço da avestruz que a bichinha levantou HAHAHAHAHAHAHAHAHA fazia tempo que não ria tanto. Ela gritando pq a avestruz estava levantando e o Manolo, marido dela, tirando fotos. 
Depois disso, o motorista do Jeep, super confiante, enfiou o Jeep em um lugar em que ele ficou parado. Não ia pra frente nem pra trás. Não ligava. 
Ah que delícia. 
Até que ele e Manolo empurraram o Jeep e pegou no tranco. 
Dali, demoramos quase 4 horas para chegar ao hotel e descobrir que o melhor hotel da cidade é o mais fedorento. Mas ok, só uma noite. 
E no jantar o próprio chef veio na minha mesa me trazer um ovo frito delícia que comi com arroz. 
Simples e delicioso. Até pq a pizza deles não tinha queijo. Era tipo um pão com molho de tomate. Eca. 
O elevador é o mais rápido do mundo; você mal entrou e ele está fechando a porta. Todas as vezes que entramos ou saímos foi uma aventura. Corre, corre, corre! Hahahaha
No meu andar tinha um telefone público. Fui tentar ligar pra casa. E dava errado todas as vezes. Até que descobri um número para falar com a telefonista. O código internacional para a ligação "sair" de Cuba estava errado. É 119 e a infeliz que me vendeu o cartão disse que era 199. 
Eeeee!!!! Falei com Dona Sônia. Por 7 minutos a 10 dólares. 

Enfim, apesar de achar uma aranha no quarto, tô adorando ter uma cama pra desmaiar. 

Cuba - Dia #4 - 26/11


Hoje foi cansativo. Santiago faz 34 graus na sombra. Haja protetor solar.
No café da manhã, Rebeca, a cubana, só embolsando as manteigas. (Os alemães e russos fizeram isso com os pães, mas por motivos BEM diferentes). Me partiu o coração. Na rua, a mesma coisa. Imploram por um shampoo, um sabonete, un regalito.
Tenho doado alguns e as pessoas ficam extremamente gratas. Já tenho dois bilhetes de agradecimento, lindos. Depois posto fotos. Um deles tem até um desenho!!!! E eu só dei sabonete, pasta e escova de dentes. Só isso. Mas parece que doei um rim.
Me juntei aos espanhóis e a alguns argentinos e fomos conhecer as redondezas. Catedrais, praças, parques, museus e etc. Normalmente eu não sou super fã de museus. Mas aqui, esse lugar exala história a cada passo. E o museu é tão tão tão rico em informações, tão cheio de detalhes que justificam inclusive pq muitas coisas hj são como são, ou pq as pessoas se sentem "felizes" mesmo com o regime em que vivem, que não dá pra não ir. Fui em vários. E cada vez gosto mais.
Fomos ao Cementério Santa Ifigenia, em Santiago. google it! Tem vários famosos da revolução enterrados aqui, muita história, muita cerimônia, troca de guarda e tudo. Curti demais. Acho que algumas das melhores fotos que fiz até agora foram no cemitério.
Os argentinos se espantaram: vc gosta de cemitérios?
- Claro! Gosto tanto que um dia vou morar em um!
Eles estão até agora sentados na mureta do cemitério rindo. Incrível como as pessoas riem muito de coisas sem muita graça. Enfim... Fomos almoçar em um restaurante muito bom, ao pé de uma fortaleza, na costa de Santiago. A vista, impagável!
Fiz fotos até de uma iguana. E comprei um pôster do Che pro meu quarto S2
No restaurante, um moço da mesa ao lado perguntou de onde éramos: Espanha, Brasil, Argentina.
Pronto! Aí o assunto era Messi pra cá, Messi pra lá.
- Ok, fiquem com Messi, nós temos Neymar! 7 x 1, mas com Neymar.
Contei pros argentinos que torci pela Argentina na copa, e até mostrei a foto do Renatinho com a plaquinha #JuegaParaMi. 
Não sei se eles entenderam muito bem. Mas os espanhóis ainda estão rindo muito da parte do "tenho 26 anos e nunca vi a Argentina ser campeã".
Voltei ao hotel, fui pra piscina e menos de 3 minutos na água e começa uma mega tempestade. Acabou a energia qdo estava no saguão para pegar o elevador. 
Aliás, aqui acaba a energia com muita frequência. Ontem mesmo, acho que umas 4 ou 5 vezes, apagou tudo aqui no quarto. E depois de 2 minutos volta. Mas volta um aparelho de cada vez. Esquisito. 
Mais esquisito que isso só a espanhola que se enrolou na toalha, na beira da piscina, como se tivesse saído do banho, tirou a calcinha do biquíni, torceu e colocou de novo. Isso tudo usando touca e óculos de natação.
Que visão! 
Agora vou jantar e tentar usar a internet caríssima. São 4,50 CUC's (equivalente a uns 15 reais) por uma hora de internet lenta. 
Se conseguir, vou postar os 4 dias de uma vez. Se estiverem lendo isso pelo menos uma semana antes de eu voltar ao Brasil, é pq consegui. :)

domingo, 7 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #3 - 25/11



Acordei às 2h da manhã. Fiz checkout às 2h30. Fui tomar café da manhã. Sim, é possível tomar café da manhã às 2h30 da manhã em Cuba. 
Tudo bem que eu pedi chocolate e veio chá. Pedi pão com queijo e veio com manteiga e geléia. 
Enfim... Eram 2h da manhã. 
Fiquei esperando meu traslado, que eu não sabia quem seria, só que chegaria às 3h00.
E entrava e saía gente do hotel e ninguém me levava. Que pânico só de pensar em ficar presa em Havana. 
Me prende no Vietnam mas não me prende em Havana. Quase peguei um taxi por conta. 
Mas finalmente chegou a cubana que tinha tomado redbull na veia, de tão rápido que falava. 
Fomos ao aero que é muito mais rodoviária que congonhas. Mais até que o Tietê. 
Na fila para passar pelo raio-x, vc espera do lado de fora de uma porta. O cara deixa entrar uns 5 por vez. E fecha a porta. Já achei que ele estava fazendo revista íntima lá dentro. 
Até que entrou uma freira e fiquei mais sossegada. Não acho que ele faria isso com a freira. 
Eu já comentei que sou muito ingênua? 
Aqui eles têm um estranho medo de que vc fure a fila. É quase um pavor! 
E pior: eles fazem uma fila irregular, ziguezague mesmo; então teoricamente eu estou atrás da tiazona de turbante, mas ela está beeeem pra esquerda. 
Qdo o cara da frente dela anda, ela anda lá na esquerda e eu ando tb. Aí vem a filha dela e se joga na minha frente dizendo que eu não vou roubar o lugar da mãe dela. 
Ok, Chica! Até parece que eu vou querer ir na frente da sua mãe na revista íntima. Ela é minha chance do cara desistir de revistar as mulheres pelos próximos 78 anos.  
Este não foi o único episódio. Todos do mesmo jeito, fila irregular e alguém me xingando pq me movimentei qdo a fila andou. 
Eu hein! 
Madrugamos em Santiago e meu quarto só foi liberado às 16h. Imagina minha felicidade. 
Dormi no sofá do hotel até umas 10, fui dar uma voltinha e eis que encontro a Rebeca, cubana que fala um espanhol só dela, e um casal de espanhóis, que se enrolam tanto pra falar que dá vontade de endireitar os dentes deles pra ver se conseguem pronunciar melhor as palavras. 
De qq forma, os 3 são uns amores e estamos indo todos para o mesmo lugar. :)
Rebeca assim que me conheceu saiu falando no estilo metralhadora. Pedi que falasse mais devagar, e ela: ah sim, és italiana!
É, sou, só que do Brasil. 
Fomos almoçar juntos, num terraço bem legal de onde se vê os quintais das casas. Ok, a vista não era tão legal assim. 
Depois uma deliciosa chocolateria com sorvete e o principal: ar condicionado no talo! YAY! 
Já mencionei que aqui faz MUITO calor? Incrível, aqui a gente sua de pingar. Mais quente que Manaus! 
Depois, piscina, pq ninguém é de ferro. Banho, jantar e uma baladinha no hotel. Tem uns alemães lindos aqui. Sim, eu sei que é redundante. 
Mas olha, eu decidi voltar às aulas de alemão assim que voltar. <3 p="">
Amanhã continuo em Santiago. Vou bater perna loucamente. 
Portanto, agora vou colocá-las para o alto! 
Beijos!

sábado, 6 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #2 - 24/11


Caminhar em Havana é uma aventura!
Primeiro que você é tão elogiada, que sua auto-estima quase escapa do seu corpo! 
Do nada surge o Jon do seu lado e começa a conversar, MUITO. 
- Antes de falar o que conversamos e antes que vc continue lendo os posts da viagem: este é um relato de viagem, minha viagem, minha conversa com Jon e eu não sou certificada pra falar de política. Só estou contando o que ouvi. Então, não se dê ao trabalho de vir comentar qq coisa polêmica ou xiita sobre o assunto. Este é só um ponto de vista, que nada mais é que a vista de um ponto. 
Ele quer saber o que acontece no mundo, como são as coisas no Brasil. Todos têm internet? Pode levar o livro da biblioteca pra casa? Wifi na rua?????
É, como vc disse, Lara, nós paramos no tempo! 
É Jon, vc nem imagina! 
 (Maura, te dedico este diálogo)
- quantos anos vc tem, Lara?
- 39
- nossa, Lara! Como te conserva?
- durmo no formol, Jon
Aí o Jon me contou que aqui em Cuba eles só têm 2 canais de TV. Os dois do governo. Ele só pode ficar por 2 horas na biblioteca e não pode levar o livro pra casa.
Depois de perguntar se eu era da polícia, abriu o coração. Disse que não gosta de Fidel, mas que ele é melhor que Raul. Disse que Raul é mais rígido. 
Aí eu pergunto: mas pq o povo não se revolta e se liberta, assim como Fidel e cia fizeram há 50 e tantos anos? 
O povo tem medo por isso não faz revolução, não sai às ruas, não fala nada. O povo não tem informação, De nada que não seja dos países "simpatizantes" (a Venezuela aparece na TV 24h como sendo a melhor noticia do mundo). E ainda assim a informação é selecionada já que a TV e o jornal são do governo. 
Ele estuda medicina mas sequer sabe do "Mais médicos" ou o nome do presidente do Brasil. 
Quem estuda não pode trabalhar. Ou uma coisa ou outra. 
Em cada quadra há um militar responsável pela quadra. Há eleições anuais para eleger este militar. Mas é só mais um militar. Nada muda. A cada quadra tb há alguém do governo, "infiltrado" na vizinhança para ficar de olho no que as pessoas falam. Em contrapartida há muita segurança. Mas fiquei pensando: a que preço, han?!
1 de maio, 26 de julho e 8 de dezembro todos devem se reunir na praça da revolução onde Fidel/Raul fala por 5 horas ininterruptas. E o povo debaixo do sol escaldante. E não há escolha. São obrigados a comparecer. 
Tem lista de presença. Se não for, vai pro seu prontuário/cadastro/expediente. Seja lá o que isso signifique. Mas se seu nome estiver nesta lista, você perde benefícios, trabalho, enfim, sua vida fica pior do que já é. 
A saúde e educação são grátis e muito boas, segundo ele. No entanto, as farmácias nacionais (específicas para os cubanos) estão sempre com as prateleiras vazias ou próximo disto. Já as farmácias internacionais, até têm os remédios, mas a preços exorbitantes para cubanos. 
Só tem internet no hotel. Papel higiênico também. Ainda assim é lenta e caríssima. A internet. O papel só não vem picotado. 
Jon foi caminhando comigo. E foi me levando pra uns cantos muito periferia. Tipo pra lá da ZL. Ele perguntou o que eu levaria de Cuba: charutos, rum ou salsa?
Eu disse que tenho um amigo que gosta muito de charutos e que estava pensando em levar alguns pra ele. Foi aí que tudo mudou, viu, Jairo! 
O problema é que eu estava tão empolgada no papo que não percebi. 
Jon mudou o caminho. Primeiro parou numa galeria pra eu beber água. Esperou que eu bebesse. Me pediu revistas, jornais, livros que falassem do que está acontecendo no mundo. Eu anotei o endereço dele pra enviar depois. Aí ele veio com um papo de que uma caixa de Cohiba custava 500 cucs. O que seria muito caro. E que ele como estudante conseguiria comprar por 1/3 do valor. 
Eu disse que ainda assim achava caro e que meu amigo ficaria sem charutos. 
E ele: qto vc tem de dinheiro aí? Menti. Disse que só tinha 40 pra passar o dia. 
Ele me levou num banco pra eu sacar com cartão de crédito. Sério! 
Aí falei que meu cartão não funcionava fora do país e que eu não ía comprar os charutos. 
Ok. Achei que tinha sido suficiente. 
Mas claaaaaaro que não. Saímos na rua eu só pedi a direção de Habana Vieja, que era onde eu estava tentando chegar desde que saí do hotel. Ele só apontava uma direção qq e ia me levando pelas ruas até que: Tcharam! Esta é minha casa - disse Jon. 
Gente! Sério! Eu sou uma estúpida. Pq eu era ingênua quando ele falou bom dia. Nessa altura eu já era uma perfeita imbecil. 
Me apresentou a Shakira, sua cachorrinha. Muito fofa. Parte bem legal da história. 
Aí falou: mi casa tu casa. 
E disse que já voltava. Surtei. Como é que o cara me deixa lá na casa dele. 
Não. PIOR! PQ RAIOS EU fui até lá!?!?! 
Em minutos ele volta com um pacote de charutos. Segundo ele, conseguiu com muito desconto pq disse que era estudante e estava comprando pra uma amiga que estava lá num congresso de informática. SÉRIO!
- Jon, não vou gastar 40 contos num embrulho de charutos que nem são os que eu queria. 
- Sim são Cohiba!
- Jon, tá escrito MOYA! 
- Mas são Cohiba!
- Tá, eu vou embora. Me fala pra que lado fica Habana Vieja. 
Aí ele quase chorou. Que ele ia ficar muito mal com essa gente (os que venderam o charuto super confiável para ele), que ele tinha conseguido os charutos pra mim. Mimimimimi
Aí encheu meu copinho. Que já deveria ter enchido antes. 
- Jon, seguinte, eu disse que não queria, que não estava com dinheiro e não pedi pra vc comprar nada. Então, vai lá e devolve. 
- ah, não posso devolver pq já passou pelo caixa
Ha-ha-ha faça-me rir!
- Jon, fica com eles e vende pra outra pessoa. 
Nisso chega a mãe dele. Uma senhorinha fofa, enfermeira, mãe de um filho esperto. Me cumprimentou e foi pro fundo da casa. 
Jon me encheu o saco. Queria que eu pagasse 30 nos charutos e usasse os 10 restantes para comer e pegar taxi. Até fez as contas pra mim. Que amor, né? #sqn
Jon, seguinte, pra vc me deixar ir embora pq eu fui imbecil o suficiente pra entrar, tá aqui um dinheiro. Vende estes charutos e pega pra vc (e ele insistindo pra eu pegar 5). 
Aí ele ainda pediu 4,50 pra comprar leite e o protetor solar loreal que eu tinha passado no rosto. 
Jon, tá aqui um lux e uma pasta colgate. Fique feliz. 
Saí de lá correndo. 
Bem que a Luciana me avisou. Mas é aquela história, a gente só aprende com os próprios erros. E como ele não falou mais dos charutos no caminho, achei que ele tinha desencanado. Enfim. 
Aprendi. 
Aprendi? Não! Claro que não. Eu pinto o cabelo de vermelho por uma razão bem óbvia. 
Parei pra fotografar um açougue a céu aberto e do meu lado parou o Héctor. Pronto. Me arrastou pela cidade. 
Desta vez eu saquei que ele queria dinheiro. Mas me fiz de idiota pra ele ir me levando nos lugares que eu queria. Assim eu não precisava abrir o mapa toda hora. 
Héctor me contou que todos têm celular. É barato. Mas só serve para falar. Internet no celular não existe. 
O salário mínimo é de 30 cucs. Algo como 90 reais. 
Há uma cota de um pão por dia por pessoa. E uma cota mensal de sabonete, pasta de dentes, açúcar, cafe, arroz, feijão. 
Se acabar, tem que comprar. Como? Com o salário mínimo. Fácil né? 
Chegamos no Museo de La Revolution. Eu tinha lido muito sobre o assunto. Queria muito ver o museu. 
Primeiro o Héctor tentou me convencer a não entrar. Disse que não tinha nada demais, que era caro e não valia à pena. 
Eu disse que ia entrar assim mesmo. 
Aí ele resolveu que queria entrar comigo. 
Falei que não. 
Nossa! Foi a maior ofensa do mundo! 
- mas eu pago a minha entrada! 
- mas não quero. Quero ficar sozinha. (No pensamento "mim deixa")
- mas lá dentro uma guia vai te cobrar 2 cucs pra visita
- eu quero entrar sozinha, quero ficar sozinha, muito obrigada por sua cia. 
- então te espero aqui fora
- não! Eu vou demorar
- mas eu espero!
- não, não quero. Quero ficar sozinha (já estava quase gritando)
- tá bom, mas vc não vai me dar nada? Tenho um filho pra criar! 
- mas eu não pedi pra vc vir comigo, menos ainda pra ter um filho. Mas ok, tá aqui. 
Dei 1,75. E ele:
- me dá 2
- é o que eu tenho
- espero vc pagar o museu e pegar o troco
Ahhhhhhh faça-me o favor!
- não Héctor! Obrigada pela cia e tchau. 
Caraca! É muito muito muito sei-la-o-quê!
Fiquei um tempão no museu, acompanhando tudo com meu guia de bolso. E cara! Faltava um Fidel e um Che, jovens no meio desse povo pra mudar essa bagaça toda que existe hoje. Pq o que eles fizeram na Revolução foi genial demais. 
Saí do museu e lá vem um taxista querendo me vender tours no atacado. 
Falei que prefiro caminhar e fotografar. 
E ele solta a pérola: "caminhando e tirando foto vc não conhece nada"
Pois é. Ainda assim prefiro caminhar. 
Na sequência uma mulher pergunta onde comprei minha flor. Qdo respondi que tinha sido no Brasil, ela pediu desculpas, pq achou que eu era cubana. 
Aham. Eu devo ter a cara do mundo né. Pq me atribuem todas as nacionalidades menos brasileira. 
Finalmente cheguei em Habana Vieja e bati perna pra caraca. E começou a chover. Fiz a garota da camiseta molhada e continuei andando. 
Fui no Museu do Chocolate repor energias e resolvi voltar pro hotel por volta das 16h30, 17h. 
Decidi pegar um Cocotaxi. (Google it) Divertido demais. Adorei. 
No hotel, um bem merecido e relaxante banho de piscina. 
O dia estava quase acabando. 
Decidi que tinha que dar sinal de vida, pelo menos pra minha mãe. 
Comprei um cartão telefônico por 10 cucs pra falar por 7 minutos. 
Não funcionava. 
Tentei ligar do hotel. E o telefone de casa, obviamente, ocupado. 
Resolvi comprar uma hora de internet lenta por 10 cucs. O lugar que vendia estava fechado. 
Foi qdo conheci o Rui. Um brazuca gente boa que me sugeriu o sms. Não sem antes tentar falar comigo em espanhol pq achou que eu era cubana. Segundo do dia. 
É. Eu não tinha pensado no sms.  
Fim do dia muito cedo, fui dormir às 21h pq tinha que acordar às 2h para o checkout. 
Too much adventure pra um dia só! :)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cuba - Dia #1 - 23/11





Primeira coisa muito importante: eu sou a Monica em Barbados. Se vc não assistiu este episódio de Friends, corra pra ver agora. 

YAY! Vou chegar, vou andar X kms, conhecer 2578 coisas e zzzzzzz. 
Dormi. 
Minha cara. 
As pessoas aqui são muito solícitas! Te ensinam a chegar em qq lugar. Mas do jeito delas. Algo do tipo: vire à direita na esquina. 
Só esquecem de dizer o que vc tem que fazer depois. 
À noite fui a um show do Buena Vista Social Club. Muito muito legal, mas pra chegar lá, claro que me perdi. Quando encontrei um par de guardas. Perguntei pra moça:
- por favor, donde es Taberna Cafe?
- aqui
- gracias
Foi qdo o guarda que estava com ela perguntou: 
- necessita compania? 
Hahahaha pq né, um guarda em Cuba não deve ganhar mais que 2 salários mínimos, ou seja, sou seu público alvo. 
Na volta, peguei um táxi naqueles carros antiquíssimos. Muito mega master legal! Tem até ar condicionado! E o treco corre hein!
Quase falei pro senhorzinho: Hey coisinha, vá devagar viu! Devagaaaar.