Hoje conheci o César. Um gaúcho de meia idade que veio passar uma semana de ferias e acabou ficando por 30 anos.
Ele me levou a Belterra (cidade com uma história fantástica, Google it) e depois me deixou aqui em Pindabal.
Uma hora de estrada. Uma hora de histórias. Sobre a vida, a família, o trabalho.
De tanta história, uma parte que chamou mais atenção: "lá no sul, eu trabalhava com informática. comecei como digitador, depois fui programador. programava em cobol. e naquela época tinha umas impressoras grandes, fitas, cartão perfurado. e como pouca gente conhecia, pagava-se muito bem. até que um dia fui contratado por uma empresa de construção. trabalhar com informática era tão raro e valorizado que negociei meu salário com o diretor da empresa. e era uma bolada. tanto dinheiro que quando ele falou o valor eu fiquei boquiaberto, pensando se era verdade. ele, com medo que eu achasse pouco e recusasse, aumentou a oferta. ganhei muito dinheiro. mas muito mesmo. só que era uma loucura. virava noite, era cansativo, estressante, não tinha final de semana nem feriado. foi quando vim passar ferias de uma semana aqui em Alter do Chão. só voltei pra pedir demissão. não queria aquela vida pra mim não. o que adiantava ganhar dinheiro e não ter tempo pra gastar e não ser feliz? eles ainda queriam que eu ficasse mais dois meses pra passar as coisas pro menino novo, mas não fiquei não. me mandei pra cá. aqui eu faço as coisas quando quero. não dá pra ficar rico, mas dá pra viver bem, e isso é qualidade de vida. e a Sra., trabalha com o quê em SP?"
*silêncio*
- olha só, César, o que é aquela casa ali?
Ele me levou a Belterra (cidade com uma história fantástica, Google it) e depois me deixou aqui em Pindabal.
Uma hora de estrada. Uma hora de histórias. Sobre a vida, a família, o trabalho.
De tanta história, uma parte que chamou mais atenção: "lá no sul, eu trabalhava com informática. comecei como digitador, depois fui programador. programava em cobol. e naquela época tinha umas impressoras grandes, fitas, cartão perfurado. e como pouca gente conhecia, pagava-se muito bem. até que um dia fui contratado por uma empresa de construção. trabalhar com informática era tão raro e valorizado que negociei meu salário com o diretor da empresa. e era uma bolada. tanto dinheiro que quando ele falou o valor eu fiquei boquiaberto, pensando se era verdade. ele, com medo que eu achasse pouco e recusasse, aumentou a oferta. ganhei muito dinheiro. mas muito mesmo. só que era uma loucura. virava noite, era cansativo, estressante, não tinha final de semana nem feriado. foi quando vim passar ferias de uma semana aqui em Alter do Chão. só voltei pra pedir demissão. não queria aquela vida pra mim não. o que adiantava ganhar dinheiro e não ter tempo pra gastar e não ser feliz? eles ainda queriam que eu ficasse mais dois meses pra passar as coisas pro menino novo, mas não fiquei não. me mandei pra cá. aqui eu faço as coisas quando quero. não dá pra ficar rico, mas dá pra viver bem, e isso é qualidade de vida. e a Sra., trabalha com o quê em SP?"
*silêncio*
- olha só, César, o que é aquela casa ali?
Pra variar, mais um dos seus textos com uma história "simples", mas apaixonante!
ResponderExcluirSeguindo seu fã.