sexta-feira, 3 de abril de 2009

Pedro Rogério, muito prazer.

Gente! Cheguei!!!!!
O lugar é simplesmente FANTÁSTICO!!!!!!!!!!!!!!!!!
E a internê nem é tão cara hahahaha mais barato que na cidade! Pasmei!
Estou apaixonada pelos macaquinhos e araras. Quero levá-los embora.
Eles são BEM engraçados. Se vc mexer na bolsa, eles acham que tem comida e pulam em cima de vc.
Agora mesmo passou uma mulher com uns 4 pendurados nela e ela tentando esconder a bolsa dizendo: não tem comida!!!!
Hahahaha tô amando!
Não foi simples chegar, ÓBVIO!
Me esqueceram no Ibis. Simplesmente a minha reserva estava para 3 de MAIO!
Ok, o que são 30 dias quando o dia é o mesmo, ahn!!??!?!
Quase matei todos do hotel.
Resultado: me buscaram e atrasaram o barco que vinha às 8 e demoraria duas horas.
Por conta disto, viemos de lancha em 1:20. A lancha é à parte, mais cara. Mas neste caso todo mundo saiu ganhando e não precisou pagar a diferença.
YAY!
Mas ainda melhora.
No caminho, o Nonato, responsável pelo transfer começou a falar sobre o hotel, e disse que as suítes são mais caras, 500 doletas a mais pelo pacote. E que as casas dna árvore são 1000 doletas a mais. Caso quiséssemos trocar.
OK, Nonato. You wish!
Chegando aqui, me dão a chave de uma suíte! Inclusive uma que identifica uma torre. Tipo: Ali, na torre da Suíte Estrelar.
RÁ!
Tô num quarto no topo da torre, com duas varandas, uma delas com cadeiras, sofá, mesa de centro, cama espaçosa, rede, poltrona reclinável, ar condicionado, ventilador, frigobar, banheiro com água quente (sim, a maioria é com água gelada) e tudo isso sem pedir. E o melhor: SEM PAGAR por isso hhahaha
Ponto pro hotel. Boa forma de corrigir a mancada!
Tem de TUDO e um pouco mais aqui. Adorei a lojinha de conveniências com o ar condicionado no talo e sorvete =D
Daqui à pouco, vou com meu guia, o peruano Germano, gente boa, visitar os nativos. Vamos pegar uma canoa e visitá-los.
Acho que farei boas fotos.

Uma coisa que notei é que Manaus faz mal pro meu cabelo. Manaus é um elemento pofeador incrível. Do meu quarto (com ar) passando pelo corredor (sem ar) chegando no elevador/recepção (com ar) meu cabelo já betaniava.
O corredor do Ibis roubava minha dignidade a todo instante.
Aqui no Ariaú ainda não fui roubada. Tô curtindo.

Ontem no caminho pra cidade errada vi muitos Búfalos. São lindos e cute cute.
Todos que se esconderam de mim em Marajó apareceram aqui!
Quero levar pra casa tb!

Passei pelo encontro das águas. Bem bonito. Rendeu boas fotos. Mas assim; tipo; é um encontro de águas. E só. Nada de grandes emoções ou adjetivos.

Na cidade X onde fui parar (depois eu lembro o nome, editado: Careiro da Várzea) conheci o senhor Esmeraldo Queiroz. Segundo ele, TODOS os Queiroz do Brasil são descendentes dos antepassados dele. Fantástico esse senhor.
Não me deixou tirar foto dele de jeito nenhum. "Vai espantar tudo as coisa em São Paulo. As baleia, esses bicho de São Paulo".
Ô simpatia! Usei de todas minhas artimanhas fotográficas e não consegui. Então, volto com a imagem dele na mente.

Depois da minha loucura de dirigir em estradas desertas por 2 horas rumo ao nada, cheguei em Novo Airão. Fui direto ao restaurante Flutuante, onde os botos moram.
Gente, que coisa mais linda do mundo inteiro da vida toda do além mar!!!!
São 17 que vivem ali e vêm sempre brincar com os turistas ou qq pessoa que chegar perto.
Uns pesquisadores da UFRJ estão lá, num projeto dos botos. E eles são super bem tratados. A galera AMA aqueles fofos!

Não vou falar das partes ruins. O post de ontem já chega, como desabafo.

Agora deixo vcs com Pedro Rogério.

"Do lado de lá é mais bunitu. Vamo que eu acompanho a sinhora pra fotografá. Esse é tambaqui, pirarucu, tem um que é maior mas hoje num tem não. Ainda ontem tinha aqui ontem.
Aqui é só fruta. Melancia. Conhece melancia?
Num tem nada bunitu pá tirá foto. Mas quando a sinhora atravessá com a balsa, vai encontrá uns barco e uns peixe bunito ainda pulando.
Eu comecei desde criança aqui. Eu era flanelinha, cuidava dos carro. Mas aí a gente vai crescendo e umas companhia leva a gente pro mau caminho. Fiz umas coisa errada. Fui por um caminho ruim. Aí fiquei um tempo preso. Aí saí de lá, tomei juízo, fui pra igreja e graças a Deus parei com essa vida. Agora só faço as coisa certa.
Fico aqui o dia todo, cuidando dos carro. Os pessoal daqui, das casa, dos comércio me ajuda. Já fiz acordo de onde posso estacioná os carro. Os pessoal deixa. Até a puliça liberô essa parte aqui ó! Desse poste aqui, ó! Até o meio dessa coluna aqui. Os pessoal ajuda.
Mas tem uns puliça que é ruim, viu! Gosta de implicá. Chega aqui e multa todo mundo. Por isso que aquela hora eu fui lá falá cá sinhora. Pq ali onde a sinhora tava parada eles multa rapidinho. Tem gente que pára aqui que não qué nem sabê. Ignora a gente. Otro dia, uma mulhé, da sociedade, sabe; achei que ela ia me batê. Só coloquei as mão pra trás e disse: sim, sinhora. Ela era da sociedade, mas num queria dá um trocado não. Disse que eu num prestava. Aí eu falei que ela nem me conhecia e ela disse: GRAÇAS A DEUS!
Eu num ligo não. Sô humilde. A humildade é muito importante, né!
Eu tiro aqui uns 30, 40 real por dia. A vida num é fácil. Quando tiro pouco, eu já levo uns pexe daqui pra casa, pra ajudar, né!
Eu tenho hoje 3 filho, família, casado. Tenho miha casa pra cuidá. Sô responsável. Sei que eles depende de mim. Agora, meus filho já tem que ir pra escola. Tô trabalhando duro pá colocá na particular.
Eu num tive ensino, então quero que eles tenha. Quero dá tudo que eu não tive. Tudo de bão.
Agora a vida é diferente. Eu tenho consciência do mundo.
Ah, esse casaco? É de manga comprida pq é próprio pra trabalhá no sol. Ele num dexa esquentá. Trabalhava com ele na construção, 40 grau. Agora tá fresco.
A sinhora vai vê lás pras 11. Aí sim fica quente. Olha a cor que nóis é aqui por causa do sol.
A manga comprida ajuda a protegê do sol. Aqui em Manaus o sol é muito forte, tem muito caso de câncer de pele aqui. Aí eu uso esse casaco.
Na cara, quando tem, passo protetô, quando num tem vai assim mesmo.
Ah, meu nome é Pedro Rogério.
Antes de embarcá a sinhora dexa um refrigerante aí pra nóis?"

As lágrimas me impediram de fotografá-lo. Não queria tirar os óculos, pq ele veria que eu estava emocionada.
Antes de embarcar, ele foi levar um grupo em algum lugar. Deixei alguns "refrigerantes" com um amigo dele.
Ah Pedro Rogério, se vc soubesse o quanto me fez bem com esse seu português irregular e essa simpatia.

4 comentários:

  1. só tenho uma coisa a dizer: SENSACIONAL!!!

    e continuo adorando tudo... hahahahah
    bjão

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  2. Maravilhosas aquelas pessoas que nos acrescentam. E infelizmente, não são todas, não.. tem muita gente que não 'inflói e nem contribói'!

    Mas, voltando a falar nos humanos que nos orgulham, hoje eu ouvi o seguinte "..têm pessoas que esperam de nós o 'ser', que não se importam com o que temos, o que podemos oferecer de material, mas se realizam com um alento, com um carinho, com uma palavra, com um abraço, com a simplicidade, com o 'humano'.." Você me disse pra ler esse post, pois tinha aprendido muito com o Pedro Rogério, e hoje eu aprendi com ele através de você e com o padre Fábio, que disse as palavras acima e muitas outras que me fez pensar e chorar.. é tão bom ouvir boa histórias e testemunhos de vida, de simplicidade, de humanidade.. acho que essa é a grande escassez que estamos vivendo.

    Coraçãozinho, um beijo enorme. Curta TUDO e fotografe pelas janelas da alma.

    Te adoro! E não esqueça dos macaquinhos lindoooss! :D

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  3. Fiquei emocionada com seu post...
    E ainda tava tocando o maior fundo musical....

    É.... quem disse que precisamos atravessar o mundo e conhecer pessoas ricas e estudadas para aprender o que é uma lição de vida?

    Realmente, não é nada fácil!! São essas simplicidades do dia a dia que faz das suas viagens uma riqueza sem tamanho!!

    Depois quero ouvir mais, ok?

    Bjs

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  4. que relato, Malu !
    intenso, divertido, emocionante
    adorei

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